Quem não gosta de uma pechincha, de uma boa promoção? Mas a que você vai ver agora era quase inacreditável. TV de plasma e laptop por menos de R$ 10. O erro, na página da internet de uma loja, provocou uma corrida virtual às compras.
Mas o sonho durou pouco para dezenas de consumidores. Quem comprou tem o direito de levar a mercadoria?
O Código de Defesa do Consumidor diz que a mercadoria anunciada por um preço tem que ser vendida por aquele preço. Mas os órgãos de defesa do consumidor também ponderam que é preciso bom senso. Isso era evidentemente um erro. É difícil exigir que a empresa entregue o produto. Não é a primeira vez que um anúncio com erro provoca um corre-corre às lojas.
É desejo de qualquer consumidor. Mega TVs, laptops e tudo a menos de R$ 10. O estudante de psicologia Edgar Yamaguchi nem acreditou. Era madrugada quando um amigo contou sobre o achado.
“Realmente, vi que tinha TV de LCD por R$ 9,90. Falei que ia aproveitar essa oportunidade. Adquiri uma TV por R$ 9,90. Acabei comprando uma televisão, dois notebooks e um leitor de blue ray”, conta o jovem.
Parecia tão real. Edgar chegou a receber por e-mail os comprovantes da compra. Mas os R$ 9,90 que Edgar pagou representam apenas 0,2% do valor real do produto.
A Fnac afirma que, pouco depois da meia-noite de quarta-feira, o site da empresa iniciaria uma promoção de DVDs a R$ 9,90 cada, mas a modificação no sistema teria alterado também os preços de outros produtos como laptops e TVs de alta definição.
A Fnac diz que assim que o problema foi percebido, foi imediatamente solucionado. Cem pedidos foram feitos. A empresa diz também que não vai entregar os produtos com preço errado. Os consumidores serão reembolsados no valor que pagaram.
No mês passado, um caso semelhante aconteceu no interior do estado. A rede Makro anunciou laptops por R$ 1 mil a menos do que valiam. Em Sorocaba, as máquinas foram vendidas pelo preço do anúncio. Mas, em outras cidades, virou caso de polícia. As lojas haviam se recusado a entregar os computadores pelo valor menor.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que a lei é rigorosa. Quando uma empresa anuncia uma mercadoria por um preço, é obrigada a cumprir a venda pelo anunciado, mas o caso da Fnac é diferente. Estava claro que produtos sabidamente caros estavam sendo vendidos a preços irreais.
“Isso leva o consumidor a questionar de imediato por que um preço está tão longe da realidade. Então, isso faz com que a gente já imagine que há um problema, e nossa obrigação, na condição de consumidor de boa fé, é tentar esclarecer se houve esse problema antes de tentar tirar proveito da situação”, aponta o assessor jurídico do Idec, Marcos Diegues.
A Tv de plasma, anunciada por pouco menos de R$ 10 custa cerca de R$ 6 mil. O laptop, R$ 4 mil. As pessoas tentaram tirar vantagem do Código de Defesa do Consumidor.
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